Em PG] Greve de motoristas da VCG é tema de teatro escolar

Adolescentes do CRAS são levados a refletir e opinar sobre acontecimentos que afetam o cotidiano de toda a cidade. Eles partem de notícias publicadas no jornal e incorporam personagens reais em teatro sobre problemas no transporte público em Ponta Grossa/PR

Os ônibus e as más condições do Terminal Central foram destaques no teatro

Por Talita Moretto
Os professores Marcelo Kaiut e Rafaela da Silva, do Centro de Referência de Assistência Social – Unidade Sabará (Ponta Grossa) encontraram uma forma divertida de discutir direitos humanos e sócio-assistenciais com os alunos atendidos dentro do programa Projovem Adolescente. Eles criaram um teatro para encenar um problema que esteve presente nos jornais nas últimas semanas: a greve dos motoristas da Viação Campos Gerais (VCG). A peça que foi dramatizada por jovens entre 15 e 17 anos de idade.
Antes de formatar o teatro, os adolescentes acompanharam as notícias publicadas sobre a greve para entender o histórico e a motivação dos grevistas. Refletiram, debateram e apontaram os pontos positivos e negativos da manifestação. A qualidade sobre o transporte coletivo em Ponta Grossa foi questionada. “Todos falaram sobre a péssima conservação do terminal central, destacaram a falta de estrutura nos pontos de ônibus em diversos lugares e o valor alto da passagem”, revela Rafaela. A greve também foi colocada como ponto negativo porque prejudicou os usuários, “inclusive os adolescentes porque várias atividades do Projovem necessitam do transporte coletivo”, comenta Marcelo.
No teatro, cada aluno assumiu o papel de uma personagem na situação estampada nos jornais: motorista, estudante, trabalhador, idoso, gestante, mulher com criança de colo, entre outros usuários de transporte público em seu cotidiano na cidade. “Neste momento, eles perceberam que cada cidadão tem uma dificuldade especifica ao usar o ônibus e puderam apontar de que maneira cada um desses foi prejudicado com a greve, como a gestante que precisa usar o transporte para ir ao posto fazer o pré-natal, ou o idoso que precisava receber a aposentadoria no centro da cidade, e os estudantes que ficaram sem poder ir para a escola”, comentam os professores responsáveis pela atividade.
No final, cada aluno fez um comentário sobre a sua participação no teatro e expôs sua opinião sobre a greve. De acordo com Rafaela, “eles falaram que a passagem já custa caro se consideramos alguns fatores, como: já existe um grande número de ônibus circulando nas ruas e esses são antigos, ou seja, não compraram novos com o valor do outro aumento, há super lotação, há vários atrasos e, argumentaram também, sobre o monopólio da empresa [VCG] o que, na opinião da maioria, prejudica a qualidade do transporte coletivo. Acham que deveria ter mais empresas prestando o serviço”.
O teatro foi filmado e servirá como registro para outras atividades que tenham como tema central a qualidade de vida nas cidades e os direitos dos cidadãos.
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Texto originalmente publicado na página JM na Educação, no Jornal da Manhã, em 19 de junho de 2012.

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