Jovens integram inclusão digital e educomunicação

Com a inserção cada vez maior dos jovens no mundo virtual, e principalmente nas redes sociais, questões como privacidade e segurança tomaram um contorno mais drástico e tornaram-se essenciais para pais e educadores

Marcelo Modesto / Portal Instituto Claro

Uma parceria firmada há um ano está unindo as experiências em redes sociais presentes nas atividades do colégio Dante, em São Paulo, e o reforço escolar de estudantes da cidade de Embu, na região metropolitana. A ideia é simular processos jornalísticos com os alunos do ensino médio e fundamental auxiliados pela ONG Acorde, despertando interesses por temas diversos e por conteúdos escolares como redação, pesquisa e atividades interdisciplinares. Os jovens de Embu visitam o colégio semanalmente, encontram-se com os participantes das oficinas, trocam experiências e levam as propostas para a sua comunidade. A parceria já começa a ficar mais palpável, com o projeto de um blog com informações culturais e de eventos próximos a Embu, a ser realizado pelos próprios moradores da região.
Além disso, os jovens atendidos pela ‘Acorde’ recebem aulas específicas no Colégio Dante sobre diversos conteúdos. O relato dos pais, em sua grande maioria, não poderia ser mais receptivo. Os estudantes desenvolveram um ambiente de união, através de espaços de aprendizagem colaborativa, integrados por redes sociais, como a plataforma Ning da ONG Acorde, que já tem 2 anos de existência.
A ideia de trabalhar em conjunto teve como base a experiência dos alunos e alunas do colégio paulistano, que participam desde 2007 do projeto extracurricular ‘Dante em Foco’. As atividades do projeto são combinadas por e-mail, SMS, e os alunos se encontram para discutir pautas, matérias e cobertura de eventos, em oficinas que simulam o trabalho jornalístico. Todos os conteúdos produzidos pelo Dante em Foco são disseminados via web, por redes sociais e outros meios. Além disso, sob coordenação de Renata Pastore, Verônica Cannatá e Marcella Chartier, as oficinas não utilizam as redes sociais somente para a disseminação: “Os alunos aprendem sobre como procurar informações nas redes, mas também como checar esses conteúdos. Desenvolvem assim um senso crítico sobre eles”.
Entre outros exemplos de atividades realizadas pelos alunos, estão telejornais, produzidos para a internet, organização e disseminação de flash mobs, e a manutenção de dois blogs: Dante Catraca, que reúne eventos culturais na região da Avenida Paulista, a preço acessível (até 10 reais), e o próprio blog do projeto, que organiza as atividades do grupo, e é o principal canal de comunicação dos trabalhos, sempre alinhado com as redes sociais. Todas essas ações estão sendo discutidas e muita já são também trabalhadas pelos estudantes de Embu.
ELAS ENTRAM PELA PORTA DA FRENTE
 Com a inserção cada vez maior dos jovens no mundo virtual, e principalmente nas redes sociais, questões como privacidade e segurança tomaram um contorno mais drástico e tornaram-se essenciais para pais e educadores. Sônia Bertocchi, especialista em tecnologia educacional, aponta essa como uma das principais razões pelas quais as escolas não se aprofundam no uso das redes sociais. Para Sônia, as redes sociais devem entrar nas escolas pela ‘porta da frente’.
Porém, mesmo as escolas não se apropriando dessas ferramentas, elas acabam adentrando o ambiente escolar através dos alunos. Os jovens levam, na opinião da especialista, a cultura das redes para dentro da escola, ainda que em forma de “rebeldia”, ou para além das normas que as escolas estabelecem em seus espaços, o que não somente aumenta o desafio, como faz com que sua solução precise ser urgente.
Fonte: www.institutoclaro.org.br

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