Infância na Mídia] ‘Ciranda’ promove oficina de análise de mídia, hoje, em Ponta Grossa

Os participantes, que incluem jornalistas, estudantes de comunicação e especialistas irão discutir retratos da infância e adolescência feitos por cinco jornais do Estado

'Ciranda' quer auxiliar jornais na cobertura de temas que envolvem crianças. ( Foto: Divulgação)
‘Ciranda’ quer auxiliar jornais na cobertura de temas que envolvem crianças. ( Foto: Divulgação)

Por Talita Moretto

Acontece hoje, na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), a oficina de Análise de Mídia promovida pela Ciranda – Central de Notícias dos Direitos da Infância e Adolescência. O encontro é resultado do projeto “Infância na Mídia” que monitorou todas as matérias publicadas com o tema em cinco grandes jornais do Estado do Paraná (incluindo o Jornal da Manhã), ao longo de 2012. O objetivo da oficina, que está sendo aplicada em sete municípios, é contribuir para a compreensão, ampliação e qualificação da cobertura jornalística e do debate público sobre infância e adolescência. Em Ponta Grossa, estarão presentes atores do Sistema de Garantia de Direitos, jornalistas, estudantes de comunicação, adolescentes e pesquisadores. O evento conta com o apoio do curso de Jornalismo da UEPG.

A oficina foi formulada porque, durante o monitoramento da mídia, que se concentrou nos temas violência e ato infracional, percebeu-se que a cobertura, na maioria das vezes, é factual, relatando situações sem contextualizar ou propor soluções para as questões apresentadas. “Percebemos ainda a baixa pluralidade de fontes, o que faz com que poucos pontos de vista sejam colocados para o debate público. E poucas matérias citam legislação”, explica o responsável pelo projeto “Infância na Mídia”, o jornalista Douglas Moreira.

Outro dado que também chamou a atenção dos pesquisadores foi o uso recorrente de termos pejorativos, especialmente para se referir a adolescentes que cometeram ato infracional. “Acreditamos que os meios de comunicação têm um papel fundamental para sensibilizar, informar e mobilizar a sociedade em torno da garantia dos direitos de crianças e adolescentes. Neste sentido, acompanhar e diagnosticar como se dá a cobertura é uma demanda essencial para subsidiar esforços no sentido de buscar que os meios de comunicação se posicionem como atores de promoção, proteção e defesa de direitos”, coloca o responsável pelo projeto.

Moreira esclarece que a intenção não é criticar, mas qualificar a mídia paranaense sobre as questões que tratam sobre crianças e adolescentes. “Queremos promover uma cultura de corresponsabilidade pela qualidade da informação pública. Acreditamos que promover o acesso de crianças, famílias e organizações à informação qualificada sobre seus direitos viabiliza a comunicação de demandas e facilita a denúncia de violações, alcançando atores sociais cruciais e acionando a responsabilidade pública pela proteção dos direitos da infância e adolescência. Esta responsabilidade deve ser compartilhada por jornalistas, mídia, sociedade civil, setor privado e, especialmente, pelo governo”, reforça.

Infância na Mídia:  O projeto “Infância na Mídia” foi aprovado pelo Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (CEDCA/PR) e é realizado com recursos da Petrobras repassados ao Fundo da Infância e Adolescência.  Os dados estão sendo tratados e serão aplicados em publicação que será lançada no Seminário Infância na Mídia, em junho, em Curitiba. Mais informações no telefone (41) 3023-3925 ou e-mail comunicacao@ciranda.org.br.

Registros das oficinas em Cascável, Maringá e Foz do Iguaçu:

Matéria publicada na página JM na Educação, no Jornal da Manhã, em 17 de abril de 2013.

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