Situação das unidades de saúde em Ponta Grossa indigna estudantes

Alunos da Escola Municipal Felício Francisquiny (Ponta Grossa-PR) questionaram as condições das unidades de atendimento médico da cidade a partir de notícias que revelaram descaso e abandono

Através da janela da Unidade Básica de Saúde Jardim Planalto, os alunos puderam registraram os equipamentos abandonados (Fotos: Da Turma)
Através da janela da Unidade Básica de Saúde Jardim Planalto, os alunos puderam registrar os equipamentos abandonados (Fotos: Da Turma)

Por Talita Moretto

Dois acontecimentos causaram indignação nas crianças do 5º ano da Escola Municipal Felício Francisquiny, em Ponta Grossa: “Vandalismo fecha posto de saúde” e “Pacientes vivem drama sem remédio”, divulgados pelo Jornal da Manhã nos dias 18 e 20 deste mês. Elas condenam a ação dos assaltantes ao invadirem um posto de saúde que atende à comunidade e demonstraram profunda insatisfação ao saber que cerca de cinquenta pessoas ficaram sem atendimento médico devido a isso. O debate foi incentivado e mediado pela professora Laureci Trzaskos de Souza. “Durante este ano o foco do nosso trabalho com o jornal foi trabalhar em prol da comunidade e despertar em nossos alunos o senso de responsabilidade pela lugar onde vivem”, esclarece Laureci.

As notícias chamaram a atenção dos jovens para a realidade da sua vila (Jardim Planalto), já que há mais de cinco anos a Unidade Básica de Saúde está fechada e abandonada.

A pergunta da professora foi: “Se você fosse Secretário de Saúde, quais seriam as melhorias a serem feitas nas vilas Ildemira e Jardim Planalto”? Nas respostas, os alunos alegaram a necessidade de haver atendimento médico três vezes e odontológico duas vezes na semana, acompanhamento de gestantes e crianças, vacinas, curativos e medicamentos. “Eles não querem nada além do que é de direito. Esperamos que os nossos governantes lembrem dessas comunidades tão esquecidas”, frisa a professora.

Ao motivar esse tipo de reflexão, Laureci percebe que as crianças começam a entender a importância de uma comunidade. “E ainda consegui despertar o senso de liderança, mostrar que precisam lutar por seus direitos”, afirma.

ENTENDA A SITUAÇÃO

Os alunos fizeram as contas e constataram que se o ano tem 365 dias, em cinco anos a população da vila ficou 1.825 dias sem atendimento médico. Baseando-se no caso noticiado, se em um dia cinquenta pessoas deixaram de ser atendidas, em 1.825 dias 91.250 atendimentos não aconteceram. O número é superior à população que reside nas vilas que deveriam ser atendidas pela Unidade de Saúde do Jardim Planalto.

Clique na imagem para ler o apelo da jovem Maria Alice:

Texto-Maria-Alice

Matéria publicada dia 31 de outubro de 2013 na página JM na Educação, no Jornal da Manhã.

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