Programa integra alunos de diferentes realidades
Matéria publicada na página ‘JM nas escolas’ dia 06 de outubro – http://migre.me/1w287
ESCOLA DA AMAZÔNIA, por Talita Moretto
Desenvolver projetos de educação e comunicação no meio da Amazônia parece algo utópico, mas a Fundação Ecológica Cristalino (FEC), ONG ambientalista, com sede no município de Alta Floresta, no extremo Norte do Mato Grosso, criou, em 2003, a Escola da Amazônia, com a missão de conservar o bioma amazônico por meio da educação e da comunicação, informando e sensibilizando a sociedade – principalmente os estudantes e educadores brasileiros – sobre as questões relativas à conservação da biodiversidade e ao desenvolvimento sócio-econômico na região.
“A administradora e ambientalista, Vitoria da Riva (presidente da FEC), sempre desejou realizar um projeto de educação vinculado aos seus hotéis (ela é proprietária do Cristalino Jungle Lodge, que fica no meio da floresta). Foi quando Silvio Marchini (coordenador geral do programa) uniu sua experiência de biólogo, com minha área de educação, e propôs a criação da Escola da Amazônia”, conta o coordenador pedagógico Escola da Amazônia, o professor Edson Grandisoli. Foi uma tentativa de estreitar a relação do jovem urbano com a floresta e a preservação ambiental.
Alunos do de grandes centros urbanos passam em média oitos dias na Escola desenvolvendo atividades e participando de workshops sobre desenvolvimento e conservação. Dentre as tarefas, visitar escolas de ensino médio rural. Grandisolli comenta que um dos pontos altos é a troca, a convivência entre mundos diferentes. “Isso traz à tona um Brasil que ambos os grupos desconhecem, quebra barreiras geográficas e os preconceitos. Uma experiência que abre a mente desses alunos”. Ele complementa que muitos continuam mantendo mantém contato através de e-mails.
Além de participarem dos workshops, no final do dia um grupo (alunos ou professores) é convidado para fazer a parte de comunicação. Desta forma, familiares e outras pessoas que estão longe pode acompanhar o trabalho. As vias de comunicação mais usadas são o blog e o twitter.
O diretor executivo da Rede de CEP – Comunicação, Educação e Participação, Alexandre Sayad, esteve este ano na Escola da Amazônia acompanhando um grupo de alunos de São Paulo. Para ele, o principal mérito do projeto é que a educação é vivida para ser compreendida. “Como as crianças nos primeiros anos de vida que realizam descobertas experimentando e vivenciando. Até um urbanóide mais velho, como eu, conseguiu perceber melhor que a floresta está presente, de alguma maneira, na selva de concreto – a experiência fornece instrumentos para se fazer essa conexão de significado”.
Em sete anos, a Escola da Amazônia já desenvolveu atividades em Educação para a Conservação com mais de 150 estudantes de escolas dos grandes centros urbanos, e mais de 400 estudantes em Alta Floresta e região. Hoje desenvolve dez diferentes projetos e conta com mais de 20 parceiros e apoiadores.