OPINIÃO] Uma democracia mais cidadã

Na semana passada recebi a visita (aqui no jornal em que trabalho) do aluno Lucas. Ele é estudante do 3º ano do Ensino Médio no Colégio Estadual 31 de Março (Ponta Grossa-PR) e participa do Projeto Vamos Ler, sob orientação da professora Giovana Vieira. Entre outras questões, ele comentou que havia escrito um texto onde colocava a sua opinião sobre o atual momento político, e perguntou se haveria possibilidade de eu publicar na página “JM na Educação”. O problema é que o texto estava tão bem escrito, com ideias e opiniões claras, que resolvi mostrar ao editor e ele resolveu publicar na página chamada “Espaço Público”, a mesma página onde está a charge, o editorial e outros textos de opinião do Jornal da Manhã. E eu não poderia deixar de compartilhar este texto com vocês. Uma boa leitura e uma boa reflexão!

UMA DEMOCRACIA MAIS CIDADÃ

Por Lucas de Carvalho Morais

Tempo de eleição é fantástico porque a vontade de exercer a cidadania e a democracia parece emergir das profundezas em que repousa, despertada de seu sono que dura sempre quatro anos. É quando todos parecem estar conscientes de seus direitos e se mostram dispostos a correr atrás deles. Mas há problemas.

O primeiro problema está na frequência de quadriênios, pois a democracia pressupõe participação e consciência constante para ter o poder realmente emanado do povo. Assim, o resultado da eleição será sempre aquela velha história das promessas não cumpridas, ajudadas pela memória fraca do eleitorado, inclusive dos militantes mais entusiasmados. Exemplo disso é o esquecimento das promessas de reformar o Mercadão Municipal e o Lago de Olarias, promessas feitas pelo atual prefeito em época de campanha. Mas não creio ser só o esquecimento e a participação em dose homeopática a desconfigurar a democracia. Talvez seja ainda pior o que apresento agora: é o vereador ou o prefeito que depredam os espaços públicos, ou que jogam lixo nas ruas? São os políticos que educam nossos filhos, ensinando, a partir de conversas e exemplos, a respeitar aos demais, respeitar a escola, cuidar do patrimônio público. Enfim, ser um bom cidadão? Creio que não.
Questiono se a população está colaborando com a gestão municipal. Parece que esperamos políticos super-heróis, mais poderosos que nosso descaso e falta de consciência do dever de colaborar. Os direitos e os deveres são dois lados de uma mesma moeda, não existindo autenticamente os direitos se não forem honrados os deveres. Ao invés de pedirmos mais garis para limpeza da cidade, por que não pedimos aos ponta-grossenses para não jogarem lixo nas ruas?
O que proponho é o seguinte: esperemos e cobremos sim, mas tenhamos consciência de nossa corresponsabilidade a fim de que nossas reivindicações e apelos possam ser justos e coerentes.

Lucas com a professora Giovana Vieira, sua grande incentivadora.

“Eu sou um “projeto” da professora Giovana… ela me ajudou muito, e agora já caminho sozinho” (Lucas Morais)

 

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