Opinião] Educar para a Paz é necessidade do agora!
EDUCAR PARA A PAZ É UMA NECESSIDADE DO AGORA!
Sabemos que “cultura de paz” é uma mudança de comportamento social e cultural amplo que demanda anos, ou décadas. Já “educação para a paz” é o processo pedagógico do agora, nas escolas do presente, que contribui justamente para a difusão, reflexão e desenvolvimento dessa cultura.
Para o educador espanhol José Díaz de Cerio, alguns princípios servem para refletir a Educação para a Paz nas escolas. São elas: o cultivo de valores como justiça, cooperação, solidariedade; e o questionamento dos valores contrários como, discriminação, intolerância, indiferença, conformismo entre outras; aprender a viver com os demais criando formas positivas de aprender a viver consigo mesmo e com os outros a partir do pressuposto da não-violência; facilitar experiências e vivências da paz no contexto escolar, apoiando a resolução não violenta dos conflitos dentro de um clima que provoque atitudes de confiança, justiça, solidariedade e liberdade.
Além disso, para Cerio, devemos educar na resolução de conflitos estimulando a utilização de formas de resolução não-violenta das divergências, sempre respeitando as pessoas; desenvolver o pensamento crítico manifestando nossos pontos de vista diante dos problemas, reconhecendo que o diálogo é fundamental para a tolerância que conduz à não-violência; combater a violência nos meios de comunicação, contrapondo a violência visível e manifesta da mídia (cinema, televisão, quadrinhos, Internet, etc) – isso requer abordá-los criticamente para criar uma opinião ampla sobre determinados programas ou enfoques das mídias.
Por fim, precisamos, na Educação para a Paz, buscar uma educação para a tolerância e a diversidade refletindo em relação aos fanatismos e radicalismos de toda a ordem, pois são causas de exclusão e violências, e educar para a argumentação racional através de diálogo, com fundamentos coerentes, fazendo uso da palavra e, em consequência, da reflexão e do pensamento mais elaborado.
Apresentar os princípios da Educação para a Paz contribui para entender que seu enfoque pedagógico é muito mais amplo que um simples projeto isolado ao longo do ano. Trata-se sim de uma ação contínua em favor das convivências positivas e da prevenção da violência nas escolas.
*Coordenador do Núcleo de Estudos e Formação de Professores em Educação para a Paz e Convivências (NEP/UEPG). Contato: nep@uepg.br.
Artigo publicado na coluna “Educação para a Paz”, na página JM na Educação, no Jornal da Manhã, em 12 de junho de 2013.
Paz é quando conseguimos encontrar o ponto de equilíbrio entre o pensamento, a palavra e a ação sendo o primeiro grande princípio da construção da paz a não-violência e os princípios morais.
Os M.C.S. através dos “heróis” que combatem a violência pela própria violência, dinamizam na criança e no adolescente que os assistem a mesma concepção de paz, ou seja, para conquistar a paz torna-se necessário armar-se, a “Pax Romana”. O mesmo acontece nas escolas quando estuda ou ensina-se os “heróis”, reforçando esta concepção, que para conquistar o que se deseja, deve-se armar, mesmo que seja em detrimento do ser humano.
No início do século XX, a Escola Nova, com o movimento gerador da tradição humanista renovadora, propôs os primeiros fundamentos da educação para cultura da paz. Logo depois, Gandhi também trilhou o mesmo caminho, afirmando que “Não existe caminho para a paz, a paz é o caminho” e a não-violência ativa como princípio de vida para resolução de conflitos de forma pacífica, como a não-cooperação, desobediência e desafio objetivando controlar os governantes e as experiências de alterar e minar políticas governamentais e sistemas políticos.