O jeito ‘princesino’ de apreciar cinema

O fascínio pela sétima arte nasceu ainda no século XIX, na França, e durante o passar dos anos vem conquistando gerações no mundo inteiro, reunindo um grande grupo de apreciadores, criadores e feitores de cinema

Alunos do 'Vamos Ler' assistem ao curta 'Uma História de Futebol'
Alunos do ‘Vamos Ler’ assistem ao curta ‘Uma História de Futebol’

Por Talita Moretto

(Vou expor aqui um pouco da história do cinema na cidade de Ponta Grossa/PR, região dos Campos Gerais, também conhecida como Princesa dos Campos)
As cadeiras são confortáveis, não há luz. A imagem é ampliada, e o som sai com intensidade de ‘dentro’ das paredes. Atenção absoluta compõe o clima de concentração. Silêncio. É uma sala de cinema. E não é o medo infantil da bronca do ‘lanterninha’ pelo mau comportamento, é a curiosidade de ver mesmo, o filme.
A apreciação da arte cinematográfica vai além do “assistir”. E Ponta Grossa é uma cidade que tem em sua história e identidade uma relação e sedução extrema pela sétima arte. Desde 1906, com o Cine Recreio, passando pelos anos dourados do Renascença e do Éden (1930/1950) e pela imponência do Cine Opera (1955/1997), os ponta-grossenses sempre tiveram no cinema uma de suas principais opções de lazer e convívio social.
O resgate e valorização da cultura cinematográfica fica evidente na Sala B do Ópera, que abriga três importantes projetos de cinema desenvolvidos periodicamente, e com público cativo. O Jornal da Manhã contribui para a sétima arte ao idealizar o ‘Cinearte’, promovendo sessões de cinema quinzenais, seguidas de discussão, com a ideia de oferecer à comunidade ponta-grossense um espaço permanente de debate entre cinema, história e cultura, abordando temas relacionados diretamente com a realidade brasileira.
A Sala B também abriga outra importante atividade, que acontece anualmente: Vamos Ler com Cinearte. Os jovens estudantes que participam do programa de leitura projeto ‘Vamos Ler’ são levados ao Cine Ópera para participar de uma sessão exclusiva de cinema, baseada em curtas-metragens nacionais escolhidos especialmente para eles.
Semanalmente, frequentadores do cine teatro têm a oportunidade de contemplar uma programação especial feita pelo professor Antonio João Teixeira para o projeto ‘Tela Alternativa’. “O projeto surgiu da constatação de que havia um público interessado em conhecer e debater um tipo de cinema que não era encontrado nas salas comerciais de Ponta Grossa”, explica Teixeira. A discussão é em torno de filmes que fogem do padrão “cinema de shopping Center”, filmes pertencentes a diferentes épocas da história do cinema e relevantes por alguma razão (estética, social, etc).
Atividades pontuais também destacam Ponta Grossa no trajeto de de cinema. Como exemplo, o projeto Cine Tela Brasil, desenvolvido pela Rodonorte, que oferece Oficina Itinerante de Vídeo. O trabalho inclui um bate papo com ator ou diretor de cinema. E quem esteve por aqui este ano foi o ator Paulo Betti.

 
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