Jornal na Escola] Alunos simulam júri em sala de aula

Um juiz, um advogado, um promotor, cinco cúmplices, duas testemunhas, uma ré e um numeroso corpo de jurados, todos com idade entre 13 e 14 anos, estudantes do 9º ano, participaram de uma dinâmica tomando como referência o ‘caso Ana Maria’

Jovens criam um tribunal, em sala de aula, com juiz, promotor e advogado (Foto: Tayane Machado )
Jovens criam um tribunal, em sala de aula, com juiz, promotor e advogado (Foto: Tayane Machado )

Por Talita Moretto

A matéria “Polícia indicia 6 no caso da vereadora Ana Maria”, publicada no dia 04 de abril pelo Jornal da Manhã, resultou em um júri simulado pela turma do 9º ano C do Colégio Estadual 31 de Março, em Ponta Grossa. A professora de Língua Portuguesa, Liva Mara Gomes, com a colaboração das estagiárias do curso de Letras da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Tayane Freitas Machado e Amanda Cristina Coelho, foi quem organizou a atividade.

Na sala de aula, voluntários assumiram os papéis de juiz, advogado, promotor, ré, cinco cúmplices e duas testemunhas “que foram “inventadas” para dar uma “apimentada” no júri”, esclarece Liva. São elas: Rose Garcia, vizinha de Susicleia Valverde da Silva, e Maria do Rosário, empregada da mãe de Ana Maria.

Os próprios alunos foram responsáveis por pesquisar mais sobre o caso e escrever a sua fala para o júri, de acordo com o personagem representado. O restante da turma compôs o corpo de jurados e precisou, igualmente, pesquisar e apresentar seus argumentos a favor ou contra a vereadora. Liva surpreendeu-se com a criatividade da aluna Rayane Lirmann Soares, que era uma testemunha. “A garota simulou ter gravado uma conversa entre a mãe de Ana Maria e um de seus cúmplices (Idalécio Valverde da Silva), o qual a confortou explicando que o sequestro era falso. Ela apresentou a gravação para o juiz, e é claro que o advogado de defesa, representado por Matheus Henrique de Souza, questionou-a sobre a gravação. Por sua vez, a promotora, a aluna Laynara Alessandra Martins, apresentou ao juiz uma autorização concedida para gravar a conversa. Por fim, a ré foi condenada [na simulação dos alunos] a cinco anos de prisão”, conta.

A professora comenta que com esta dinâmica, que abordou dados reais, os alunos demonstraram-se mais interessados em ler sobre o assunto, pois compreenderam a necessidade de se obter informação para melhor apresentar seu ponto de vista. “Como estavam bem informados, a maioria deles conseguiu apresentar bons argumentos para defender as suas ideias oralmente”, afirma.

O trabalho teve como objetivo motivar a leitura, ampliar a capacidade de argumentação dos alunos e desenvolver a linguagem oral perante um público.

Entenda o caso Ana Maria: A vereadora Ana Maria de Holleben (PT) está sendo investigada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) devido ao sumiço dela no dia 1º de janeiro – data em que seria realizada a eleição da Mesa Executiva da Câmara Municipal de Ponta Grossa. O sumiço da vereadora culminou no escândalo caracterizado pela Polícia Civil como falso sequestro. Ana Maria, Idalécio Valverde da Silva, Susicleia Valverde da Silva, Reginaldo Valverde da Silva e Branca Branco de Holleben estão sendo denunciados por falsa comunicação de crime (autossequestro) e fraude processual.

Matéria publicada no dia 25 de abril de 2013, na página JM na Educação, no Jornal da Manhã.

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