Intercâmbio] Troca de cartas promove interação entre escolas distantes
Professora cria dinâmica onde alunos de diferentes escolas conseguem trocar opiniões sobre uma notícia, ao mesmo tempo em que estudam inglês e português
Os alunos do 7º ano de duas escolas estaduais de Ponta Grossa estão participando de uma atividade bem diferente. Trata-se do ‘Intercâmbio de opiniões sobre notícias do JM’, organizada pela professora Patrícia Kloster, com auxílio da professora Lorena Jablanski, entre: Colégio Estadual Padre Arnaldo Jansen, no Parque Tarobá, e Colégio Estadual Professora Sirley Jagas, no bairro Santa Luzia. A atividade consiste na seleção de notícias da cidade, conforme o interesse e nível de proficiência dos alunos, para que possam interpretar e expressar as suas opiniões.
Patrícia ensina Língua Portuguesa enquanto Lorena, a Língua Inglesa. As educadoras aproveitaram o acesso ao jornal para a prática da leitura, reconhecimento de gêneros textuais, estimular a opinião, melhorar a expressividade dos jovens, enriquecer o vocabulário nas duas línguas, além de promover a interação entre diferentes colégios. “Os alunos do Arnaldo Jansen iniciaram o intercâmbio. Selecionamos algumas notícias, eles leram, refletiram e opinaram em forma de texto. Depois colocamos todos os textos dentro de um envelope, juntamente com uma carta de apresentação escrita em português, e enviamos para a outra escola”, esclarece Patrícia.
Como os estudantes não conheciam os destinatários, a educadora pediu que eles se apresentassem através de suas características físicas e psicológicas, apontando gostos, ídolos, sonhos, medos, diversões. Na sequência, a turma criou um selo para sua carta. “No selo, curiosamente, aparece o velho e o novo, porque eles colocaram uma pessoa segurando uma carta conectada à internet”, comenta a professora.
Quando a carta chegou na outra escola, cada aluno recebeu um texto do envelope e ficou conhecendo a notícia escolhida e a opinião do aluno do Arnaldo Jansen, e na mesma folha escreveu o seu comentário crítico sobre a matéria. Depois, foi elaborada uma nova carta de apresentação, mas em inglês. “Muitas vezes observamos práticas de produção de textos em inglês com atividades fragmentadas, como construções de frases e diálogos. Este trabalho é uma sugestão de que, mesmo com dificuldade e vocabulário reduzido, eles conseguem produzir na língua inglesa”, esclarece a professora Lorena. O material já retornou para a turma de Patrícia e todos estão traduzindo os textos. A professora afirma que o resultado não poderia ser melhor. “Para o aluno, escrever sabendo que alguém irá ler e interagir através da troca de opiniões é muito mais interessante e motivador”, acredita.
Este intercâmbio terá uma sequência com a ampliação do número de turmas e, possivelmente, de escolas participantes. “Essa é a diferença de tratar um gênero como um conteúdo em si ou ensinar na real prática de leitura e escrita, com interlocutores também reais. É a possibilidade de promover um aprendizado melhor, mais atrativo e interessante”, finaliza Patrícia.
Publicado em 27 de outubro de 2011 na página “JM na Educação”, por Talita Moretto.
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