Estudantes discutem sobre a estiagem em sua região e conhecem a lei Maria da Penha
Hoje compartilho em meu blog duas discussões muito interessantes que foram conduzidas com alunos entre 9 e 11 anos de idade, em uma escola municipal em Telêmaco Borba, no Paraná. Confiram como pautar economia e abordar violência doméstica, em sala de aula.
Por Talita Moretto
Seca: Alunos discutem problema da estiagem
Os jovens do quinto ano – turma ‘B’, da Escola Municipal São Silvestre, em Telêmaco Borba-PR, começaram a ter aulas de economia. O tema entrou em pauta quando a professora Roseli Kahl resolveu explorar a notícia ‘Seca: Produtores de trigo da região perdem R$ 15 milhões com a estiagem’, publicada na edição do dia 22 de agosto do Jornal da Manhã. A educadora explica: “Realizamos a leitura da noticia, discutimos sobre como os prejuízos na agricultura e pastagens interferem em nossa vida, conversamos sobre a alta nos preços devido a esses prejuízos e abordamos os danos que a baixa umidade do ar e a falta da chuva provocam em nossa saúde”. Roseli também levou para a sala de aula dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde sobre o aparecimento de doenças alérgicas durante essa época do ano.
A atividade ganhou um título: ‘A interferência socioeconômica da estiagem no nosso cotidiano’, um trabalho que envolveu as disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática e Estudo da Natureza e Sociedade com o intuito de esclarecer aos alunos a importância da chuva e a necessidade em preservar o meio ambiente, bem como, mostrar o que a estiagem pode provocar no setor econômico.
Com as informações adquiridas sobre o assunto, os estudantes produziram cartazes colocando dicas para a prevenção de doenças. O material foi exposto no refeitório para que as turmas da escola pudessem ter acesso às informações. “Com este trabalho consegui conscientizar as crianças sobre os cuidados que devemos ter na área ambiental, da saúde e econômica, e que tudo isso interfere no nosso dia a dia”, destaca Roseli.
Violência doméstica: Crianças conhecem a origem da Lei Maria da Penha
Ainda na Escola Municipal São Silvestre, a professora do quinto ano – turma ‘A’, Sueli Nassar, debateu com os estudantes sobre a Lei 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha. O impulso foi a matéria ‘Justiça: PG terá Vara para julgar crimes contra mulheres’, publicada no dia 08 de agosto no JM. “Depois da leitura e interpretação da notícia, alguns alunos relataram que já haviam presenciado violência contra a mulher. Então fiz um breve relato sobre a vida da Maria da Penha para que eles pudessem entender porque a lei foi batizada com seu nome”, esclarece a educadora.
Sueli pesquisou mais informações sobre a Lei, assistiu com os alunos a entrevista que a farmacêutica Maria da Penha concedeu ao programa ‘Mais Você’ (da Rede Globo), em março de 2011, conversou com as crianças sobre violência doméstica e orientou a criação de textos, acrósticos e cartazes com o slogan ‘Diga não à violência doméstica’. “Com este trabalho pude conscientizá-los sobre a seriedade da violência contra as mulheres utilizando, para isso, a música e a produção textual”, esclarece Sueli.
Leia o texto produzido pela turma:
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Textos originalmente publicados na página JM na Educação, no Jornal da Manhã (Ponta Grossa-PR), em 05 de setembro de 2012.