#Educaparty #cpbr5] Sugata Mitra e Léa Fagundes falaram sobre os caminhos da educação e da tecnologia
Sugata Mitra e Léa Fagundes foram convidados ilustres do Educaparty. Eles trouxeram suas vivências e contribuíram para ampliar o conhecimento dos educadores presentes no evento
A Campus Party 5, que aconteceu entre os dias 06 e 12 de fevereiro no Anhembi Parque, em São Paulo, teve destaque por trazer pela primeira vez ao Brasil o Educaparty, um movimento que visa aproximar a educação das recentes inovações em tecnologias digitais. Convidados pela Fundação Telefônica, um grupo de 250 educadores se encontraram para vivenciar uma jornada de aprendizagem que iniciou na dinâmica de integração realizada no dia 07 pelo Instituto Tellus, com a marcante presença da professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Léa Fagundes, precursora do uso da informática em sala de aula no Brasil, e do educador indiano Sugata Mitra.
A dinâmica trabalhou com a ideia de quebra de paradigmas. Os professores foram conscientizados da necessidade de sair de sua zona de conforto para olhar o novo. No momento, os educadores presentes revelaram as dificuldades que encontram no cotidiano do ensino: o medo de errar, a falta de conexão entre teoria e prática e a ausência de um mediador fazem parte dos anseios. Em conversa com esses educadores, Léa lembrou que muitas vezes a educação age como se estivesse em uma competição com recompensas, mas que o necessário para o ato de educar é a cooperação, um ajudando na transformação do outro. “O ser humano precisa aprender a viver em uma sociedade cooperativa”, afirma.
No momento, todos também tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais o educador indiano Sugata Mitra, que conversou com os participantes do Educaparty antes de partir para a sua palestra magistral na Campus. Mitra é professor da Universidade de Newcastle, na Inglaterra, e reconhecido mundialmente no campo da educação tecnológica. Desde 1999 desenvolve o projeto “Hole in the Wall” (Buraco na Parede) que tem como objetivo demonstrar os dons inatos de crianças no desenvolvimento de competências em tecnologias. A iniciativa consiste em instalar computadores nas ruas e permitir o acesso livre para menores de idade. Ele contou que as crianças envolvidas no experimento não só aprendem a usar computadores de uma forma intuitiva, mas melhoram significativamente seu desempenho acadêmico.
Então, Mitra questionou os professores presentes: “O que isso significava? Será que elas apreenderam ou apenas leram o que estava na resposta obtida na nuvem dos buscadores online?”. Muitos dos presentes pensaram, alguns em voz mais alta, que os educadores subestimavam as crianças. E o educador acrescentou que os professores subestimam não só as crianças, mas também a nuvem. “Você consegue dar uma aula apenas com a nuvem e a multidão [a turma]”, conclui de maneira simples, ressaltando que é preciso ouvir e aprender com o aluno, como em processo cooperativo antes citado por Léa Fagundes.
Um importante ponto levantado por Mitra é que a internet dá muitas respostas, mas ela não sabe fazer perguntas, e que professores devem aprender a trabalhar com ela para que não sejam substituídos por computadores. “O educador precisa valorizar-se como condutor de uma grande transformação que vai melhorar a vida no planeta”, complementa a professora Léa.
>>>Acesse a recém lançada – pelo Instituto Educadigital – “Biografia da Léa Fagundes”: www.biodaleafagundes.org.br
>>>Conheça mais sobre o trabalho do educador indiano no site: www.sugatam.wikispaces.com.
>>>Para quem quiser conversar com Sugata Mitra, ele confessou que aceita todas as solicitações de amizade enviadas pelo Facebook e responde todas as perguntas feitas. 😉