Do Contato à Ação: Uma grande reportagem – Parte 2
ALUNOS DA APAE EXPÕEM NA CÂMARA DE PONTA GROSSA
Após participar das oficinas de fotografia, as crianças compartilharam suas produções em evento realizado no mês de agosto. O público pôde apreciar o resultado.
Thayssen Ackler Bahls (thaysse.acklerbahls@gmail.com)
A ideia de inclusão que havia saído do papel e chegado até as crianças da APAE entrou em uma nova fase. O projeto, desenvolvido nas oficinas de fotografia, motivou a exposição “Do contato à ação: fotojornalismo como inclusão social”, que reuniu 28 fotografias (sendo quatro de cada aluno) representativas de cada um dos momentos propostos nas oficinas. As legendas foram escritas pelos próprios estudantes.
A cerimônia da exposição contou com a participação de mais de cinqüenta convidados, entre eles, pais e alunos, colegas de turma, professores e funcionários da câmara.
Aos poucos, a beleza das fotografias surpreendia quem chegava ao saguão da Câmara de Vereadores de Ponta Grossa, na abertura da exposição em 2 de agosto de 2011. O evento teve como objetivo incentivar a inclusão social e buscar a socialização dos alunos com déficit intelectual e necessidades educativas especiais no ambiente social em que se encontram inseridos.
Os convidados passeavam pelos sete painéis montados no espaço. Pintados de preto, cada painel era dedicado a um aluno. Através dos sorrisos, os autores das fotos demonstravam sua empolgação com a novidade. Em meio aos elogios daqueles que percorriam a exposição, evidenciava-se a satisfação e o orgulho dos pais dos alunos.
A exposição permaneceu aberta ao público durante todo aquele mês. Dados registrados pela Câmara Municipal apontam que passaram pelo local mais de 10 mil pessoas. O curador da Câmara dos Vereadores, Celso Parubocz, responsável pelo projeto ‘Arte na Câmara’ confessou que os funcionários da Câmara e todas as pessoas que passavam pela mostra paravam e comentavam sobre as imagens selecionadas. “Os funcionários sempre comentam sobre cada uma das exposições divulgadas no espaço da câmara. Não poderia ser diferente com a exposição dos alunos da APAE, isso porque proporcionou aos visitantes um olhar para a inclusão social”, diz Parubocz.
Professores, familiares e espectadores comentam sobre o projeto: Ao discursar na abertura da exposição, Lindamir Koroviski, vice-diretora da Apae, ressaltou a importância do projeto e o entusiasmo dos alunos ao longo de seu desenvolvimento. Alguns pais também agradeceram à iniciativa, a exemplo de Cléia Auer Trentini, mãe de um dos alunos. Ela considerou o projeto diferente e já pensa em comprar uma câmera fotográfica para o filho.
Rúbia Andrade, diretora da Faculdade Secal, fez questão de comparecer na abertura do evento. Para ela, “a inclusão deveria ser realidade há muito tempo. Devemos recuperar o tempo perdido. Aceitar as diferenças e explorar as potencialidades de cada um dentro das suas limitações”. Rubia enfatizou que os jovens são capazes, e ressaltou que as limitações não podem impedir que as pessoas participem do cotidiano de suas comunidades.
José Luis Carvalho, um dos convidados presentes na exposição, relata que ficou surpreso com a capacidade das crianças. “Tudo foi muito importante. Isso porque a exposição mostrou que, apesar das dificuldades enfrentadas diariamente, os alunos foram espontâneos e competentes ao tirar as fotos”. Ainda registrou que projetos, a exemplo do que orientou a mostra, são necessários para conscientizar as pessoas de que todos são capazes, independentemente de limitações de toda ordem. “Ninguém precisa ficar de fora do mundo”.
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