Alunos criam charges sobre política

Notícia publocada em 11 de maio de 2011, na página ‘JM nas escolas’
Notícia sobre operação na Assembleia Legislativa do Paraná resultou em um estudo crítico envolvendo História, Artes, Língua Portuguesa e informação

Como manifestar o senso crítico em jovens estudantes? Foi essa a indagação das professoras Ana Paula Serafim (História), Rosana Malanski (Artes) e Salete Franczak (Língua Portuguesa), da Escola Estadual Pio XII, em Irati, ao perceber que não apenas a leitura de notícias e outros textos publicados em jornal eram capazes de promover a crítica em seus alunos. Elas utilizaram como ponto de partida a charge, por acreditar que o senso crítico pode ser desenvolvido não somenste com a leitura de textos jornalísticos, mas também através do estímulo à criatividade e humor. “A análise de charges de um jornal permite a percepção do humor crítico e das ideias implícitas no discurso do texto”, acreditam as educadoras. O trabalho foi desenvolvido na turma do 9º Ano ‘C.’

O que mais motivou a participação coletiva na produção das charges foi a notícia divulgada dia 27 de abril no Jornal da Manhã:  Assembleia Legislativa é alvo de operação da Receita. Um assunto que teve grande repercussão na mídia.

Aproveitando a informação, a professora de História, Ana Paula, envolveu o conteúdo dos ‘Desafios Educacionais Contemporâneos’ (Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná). Ela explica que o tema deve ser abordado em conjunto com as temáticas planejadas pelos docentes durante o ano letivo e que diz respeito à fiscalização e controle do dinheiro público por parte de cada cidadão brasileiro. “Cabe aqui destacar a educação fiscal, já que a mesma envolve fraude e corrupção com relação ao desvio do dinheiro público. Neste contexto, foram esclarecidos alguns termos específicos, tais como ‘laranja’, ‘operação’ e ‘tubarão’, para que os alunos compreendessem melhor o texto”, explica.

As educadoras comentam que todos demonstraram interesse e repúdio pelo teor da notícia, questionaram questões políticas, como corrupção, e recursos destinados à educação e saúde. Elas perceberam uma preocupação social e política através das imagens e textos que eles usaram para criar as charges.

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 Demissão de cartunista motiva interesse pelo estudo das charges

O interesse em produzir charges não surgiu por acaso na turma do 9º Ano. Os estudantes tiveram conhecimento do caso ‘Solda’.  Trata-se do cartunista Luiz Solda que foi demitido do jornal que trabalhava em março deste ano, depois de fazer charge considerada racista sobre a visita do presidente do Estados Unidos, Barack Obama, ao Brasil. A entrevista com o cartunista que criou o desenho de Tião Fritz, até pouco tempo símbolo da Münchenfest, de Ponta Grossa, foi publicada dia 30 de março no JM. Os alunos escolheram a referida charge para analisar se realmente houve preconceito por parte do chargista ou se houve excesso por parte do jornal. O assunto gerou polêmica na escola. Em um trabalho interdisciplinar, o estudo das charges abordou definição, seu papel social, forma gráfica e linguagem utilizada.

 

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