Alexandre Sayad fala sobre produzir mídia nas escolas
Conversei com o jornalista e educador, Alexandre Sayad, diretor executivos da Rede CEP – Comunicação, educação e participação, há alguns dias, e questionei sobre a produção de mídia dentro das escolas…
… Como você vê a resistência das escolas, e até mesmo a barreira que os próprios professores criam, quando o assunto é produzir mídia na escola?
O professor tem o desafio de geração sempre, pois nunca vai estar na mesma de seu aluno. E ele precisa entender isso, ter essa percepção do seu trabalho, qual a sua função naquele lugar [escola]. Mas a tendência do professor ainda é ensinar o que ele aprendeu. Uma das barreiras para a produção de mídia na escola é o professor não acompanhar a geração dos seus ‘aprendizes’.
Na minha opinião, para dar aula é preciso ter um ‘Q’ de sacerdócio, uma militância, não acho que seja um trabalho como outro qualquer.
… De que forma as escolas poderiam inserir a educomunicação no currículo, sem que isso seja feito em contra-turno, considerando que a minoria das escolas oferece educação integral. É possível?
Isso é um megadesafio. O que ajudaria seria a flexibilização do vestibular, e do currículo, fazendo projetos para intercalar as disciplinas. Seria como fazer educomunicação no currículo, mas sem repetir o currículo. Este está voltado para razão, já mídia é experimentação. A comunicação é um excelente elemento para flexibilizar o currículo.
A comunicação trabalha habilidades e competências, alem do currículo, mas ainda não depende só de quem faz. O Brasil tem a visão de que entrar na universidade é a única forma de se dar bem e está bem engessado ainda. É preciso flexibilizar as saídas do colégio, valorizar cursos técnicos, valorizar o empreendedorismo.
E tem mais gente apostando no empreendedorismo:
Cultura de apoio ao empreendorismo se desenvolve na sociedade brasileira
“Eu acredito é na rapaziada”, cantou há décadas o poeta Gonzaga Jr. Mas a juventude “que não corre da raia a troco de nada” nem sempre tem apoio forte de familiares e amigos quando quer ser inovadora e dona do próprio destino. Não é todo mundo que acredita quando um indivíduo decide sair da universidade e gerar seu sustento através de uma idéia própria, às vezes sem jamais ter tido um patrão. A visão da sociedade brasileira está mudando, mas o jovem empreendedor ainda encontra falta de orientação na sala de aula e resistência dentro e fora de casa.”
Leia a matéria na íntegra no site Portal Instituto Claro: http://migre.me/1uyAL
BOM SABER!
A rede CEP conseguiu o macrocampo de uso de mídia nas escolas, no programa `Mais educação – política de educação integral`, do MEC.
O Programa Mais Educação aumenta a oferta educativa nas escolas públicas por meio de atividades optativas que foram agrupadas em macrocampos como acompanhamento pedagógico, meio ambiente, esporte e lazer, direitos humanos, cultura e artes, cultura digital, prevenção e promoção da saúde, educomunicação, educação científica e educação econômica.
O Mais Educação visa fomentar atividades para melhorar o ambiente escolar, tendo como base estudos desenvolvidos pelo pela UNICEF, utilizando os resultados da Prova Brasil de 2005. Nesses estudos destacou-se o uso do “Índice de Efeito Escola – IEE”, indicador do impacto que a escola pode ter na vida e no aprendizado do estudante, cruzando-se informações socioeconômicas do município no qual a escola está localizada.
Conheça melhor o Programa Mais Educação: http://migre.me/1uyPP